segunda-feira, 23 de maio de 2011

Isso aí é Literatura, é?

Há quem diga que eu seja desapegado. Logo eu, que me apego a todo mundo que se apega a mim. Na verdade, eu tenho tantos defeitos, que me apaixono por qualquer pessoa que seja capaz de enxergar e ressaltar alguma qualidade. É o único momento em que meu ego se infla e que eu percebo que, ainda que isso seja um artifício de sedução, eu tenho algumas qualidades louváveis, como a inteligência, a compreensão, a timidez… Claro que, quanto mais qualidades são exaltadas, mais rápido elas descobrem o quão frágil é essa capa e a decepção sempre é maior. Mas eu não sou totalmente culpado. Vivo o personagem que as pessoas criam pra mim por pura conveniência… Se dizem que eu sou fiel, verdadeiro, amigo pra todas as horas, eu não preciso desmentir. Ocorre que quando descobrem que eu não sou nada disso, as pessoas me culpam, como se alguma vez eu as tivesse dito que tinha alguma qualidade. E ainda tem coragem de me chamar de hipócritas… Sequer se lembram de que eu sempre avisei que era um canalha.

As pessoas não sabem de nada...E ainda dizem que eu sou infantil...

Triste fim de gente assim!

* Citação do livro Diário de um Fescenino – Rubem Fonseca

Nenhum comentário:

Postar um comentário