sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Tolerância zero?

Devem fazer uns dois anos ou um pouco mais que não vejo uma discussão politica acabar sem perder um amigo ou deixar o clima do role pesado. Mas essa semana foi diferente. Ainda por cima numa corrida de táxi.

Não sei como começamos a falar sobre isso, mas o assunto era os candidatos a prefeitura de São Paulo. Já moro aqui há cinco anos e ainda não transferi meu título, e esse ano fiquei triste por isso. Outra pessoa no taxi, também não eleitor na cidade, participou da conversa. O taxista, em questão, era o único com "direito de voto", e sua primeira fala foi "acho que vou anular ou votar em branco".

Eu pedi que ele votasse, por mim, no candidato X. E argumentei tanto sobre esse quanto sobre seus adversários. Achei que fosse ser interpretada de forma errada e já espera um "coice" de resposta. Mas não. O taxista aceitou minha opinião, tanto sobre meu voto quanto sobre os pontos apontados dos outros candidatos. E sinto que, se ele resolver votar, levará minha opinião em questão. Fiquei até feliz!

Mas o motivo de querer relatar esse caso não é a eleição para prefeito em si. Queria falar sobre a tolerância que nos últimos tempos vejo cada vez menos nas pessoas. Tolerância, digo, em aceitar a opinião alheia sem que isso se torne uma briga de certos/errados, verdade/mentira, etc.

Já me calei várias vezes nessas rodinhas de conversa sobre politica pois algumas pessoas que se encontravam no momento possuem essa "personalidade" da tolerância zero. Sabia que, qualquer opinião contraria a delas, seria ração para uma discussão mais acalorada, que não nos levaria a lugar nenhum. E me calo não só quando o assunto é politica. Questões sociais, ideais, educação... todos esses assuntos que "não se discutem". Pode me chamar de covarde, "não fala porque não tem argumento", blábláblá... não me sinto assim!

Só vejo que existem pessoas e pessoas, e que talvez ficar pingando "água mole em pedra dura", como diz o ditado, nem sempre fura.

Queria que tivesse mais pessoas tolerantes assim como eu. Sim, considero-me tolerante. Por que? Porque sei escutar, sei aceitar, e posso até mesmo mudar minha opinião se o seu argumento for bom. Mas também consigo viver sabendo que nem todo mundo pensa que nem eu. E não quero mudar a cabeça dos contrários. Só quero que eles me escutem, me aceitem e se quiserem, mudem de opinião. Assim, como faço.

A internet é um meio onde encontramos para nos expor. E cada vez mais expor o que pensamos. Gerando admiradores ou "haters" por isso. Fico pensando nessa galera considerada "formadores de opinião". Será que teriam a mesma coragem que possuem hoje por causa da internet numa discussão tête-à-tête? Ou seriam assim como eu, calando-se?

boa noite!

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